O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou nesta terça-feira, 5 de novembro, que seu candidato para sucedê-lo no comando da Casa é o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Alcolumbre, que apadrinhou Pacheco em 2021 quando não pôde buscar a reeleição, agora recebe o apoio direto do presidente do Senado.
Pacheco deixou claro sua preferência por Alcolumbre, afirmando que, além de uma escolha pessoal, é uma decisão baseada na colaboração que ambos construíram. “Minha posição é clara, já conhecida, de apoio ao ex-presidente Davi Alcolumbre. Tenho uma preferência pessoal como senador por Minas Gerais e como presidente do Senado”, disse Pacheco em conversa com jornalistas.
No entanto, o PSD, partido de Pacheco, também tem uma pré-candidata ao cargo: a senadora Eliziane Gama (MA). A legenda, que possui a maior bancada do Senado, com 15 parlamentares, deve se reunir na próxima semana para decidir se apoiará oficialmente Eliziane ou se seguirá a indicação de Pacheco em favor de Alcolumbre.
Pacheco destacou o respeito pela senadora e reconheceu a maturidade com que Eliziane aceitou sua escolha. “A senadora Eliziane tem todos os predicados, tem todo o meu respeito. Ela reconhece e aceita minha posição de apoio ao senador Davi Alcolumbre, pelo que construímos juntos”, afirmou o senador. Ele ainda elogiou Eliziane, mencionando sua atuação como líder da bancada feminina e sua colaboração ao longo dos quatro anos de sua gestão.
Análise: A sucessão no Senado e a força dos apoios internos na política
A declaração de apoio de Rodrigo Pacheco ao senador Davi Alcolumbre para sua sucessão no Senado revela um cenário de alianças e compromissos de bastidores que caracterizam a política interna do Congresso. Na visão conservadora, a escolha de Pacheco reflete um padrão recorrente na política brasileira: o fortalecimento de uma “rede de influências” que, embora legítima, pode limitar o surgimento de novas lideranças e alternativas políticas.
A indicação de Alcolumbre por Pacheco, apesar de o PSD ter uma candidata própria, evidencia o peso da reciprocidade e dos compromissos políticos. Alcolumbre foi fundamental para a ascensão de Pacheco ao cargo em 2021, e a escolha de Pacheco parece, em parte, uma retribuição a esse apoio inicial. Esse tipo de acordo, no entanto, pode não atender necessariamente aos interesses de uma representação renovada e de uma gestão mais diversificada no Senado.
Para os analistas de direita, essa sucessão é emblemática de um Senado que, em vez de se focar na defesa de pautas fundamentais para o país, tende a funcionar como um espaço de barganhas e trocas de apoio que não necessariamente se alinham aos anseios de uma gestão mais eficiente e alinhada com as demandas da população. Enquanto isso, nomes como Eliziane Gama, que possui uma forte trajetória e atuação, acabam sendo preteridos em função de compromissos políticos preexistentes.
O desenrolar dessa disputa interna, portanto, será um indicativo de como o Senado pretende se posicionar em relação à renovação de lideranças. Se prevalecer a indicação de Alcolumbre, a percepção será de que as alianças políticas tradicionais continuam ditando o ritmo e as escolhas da Casa.