Integrantes do Palácio do Planalto já discutem a estratégia de reação do governo brasileiro caso Donald Trump vença as eleições presidenciais dos Estados Unidos, marcadas para esta terça-feira, 5 de novembro. O presidente Lula, que já manifestou apoio à democrata Kamala Harris, foi orientado por sua equipe a reconhecer formalmente uma possível vitória do republicano, porém sem realizar um telefonema de congratulação.
Entre as possibilidades em avaliação está a emissão de uma nota oficial em nome do governo brasileiro. No entanto, em caso de vitória de Kamala Harris, Lula pretende adotar uma postura mais calorosa, incluindo uma ligação telefônica e uma mensagem pública de congratulação. Recentemente, Lula afirmou que a vitória de Harris seria “mais segura” para a democracia americana, expressando sua visão de que o governo da democrata poderia fortalecer a estabilidade institucional nos Estados Unidos.
Análise: Uma postura partidária que revela a polarização na política externa brasileira
A postura de Lula frente às eleições americanas, expressando abertamente seu apoio à candidata democrata Kamala Harris, não é apenas uma posição pessoal; ela indica uma política externa brasileira que se mostra cada vez mais alinhada com determinadas pautas progressistas. Em uma análise de direita, essa preferência declarada coloca o Brasil em uma posição de parcialidade e arrisca prejudicar o relacionamento com os EUA caso Donald Trump retorne ao poder.
Um presidente que se posiciona dessa forma, antes mesmo de um resultado definitivo, arrisca passar uma imagem de antagonismo e ideologização da política externa, algo que pode não ser estratégico em um cenário de interesses globais e econômicos que exigem pragmatismo. Lula, ao associar a figura de Kamala Harris com a ideia de “segurança democrática”, sugere que um governo Trump representaria uma ameaça, o que reflete uma visão enviesada sobre a política interna dos Estados Unidos.
Além disso, ao optar por uma postura diferenciada — uma nota fria para Trump e uma ligação calorosa para Harris — Lula reforça a percepção de que seu governo prioriza relações baseadas em afinidades ideológicas ao invés de interesses de Estado. Essa abordagem pode ser vista como arriscada, especialmente considerando o histórico de cooperação comercial e diplomática que o Brasil mantém com os EUA, independentemente do partido no poder.
Para muitos conservadores, um líder deveria manter uma posição de neutralidade e de respeito à soberania dos processos eleitorais de outras nações, fortalecendo a diplomacia com base no interesse nacional, sem manifestar torcida. Afinal, uma postura parcial pode dificultar relações futuras e limitar o espaço para negociações. O ideal seria que o governo brasileiro demonstrasse respeito a qualquer escolha do povo americano e focasse em fortalecer as relações bilaterais, independente do resultado final.