Nos Estados Unidos, a expressão “call the race” refere-se ao costume da imprensa de anunciar o vencedor de uma eleição antes da divulgação oficial dos resultados finais. Esse processo envolve uma combinação de dados ao vivo, divulgados por cada estado, e pesquisas de intenção de voto, que são cuidadosamente analisadas para oferecer uma projeção precisa do vencedor.
Os principais veículos de mídia utilizam o profundo conhecimento das regras eleitorais e das tendências históricas dos eleitores de cada estado para “bater o martelo”. Esse conhecimento permite que a mídia avalie os resultados parciais com mais precisão e identifique padrões que indicam uma provável vitória. A associação National Election Pool (NEP), composta por grandes veículos de comunicação, também coleta e analisa dados de boca de urna para acompanhar e atualizar a contagem de votos em tempo real.
Análise: “Call the race” e a influência da mídia no processo eleitoral
A prática de “call the race” exemplifica o poder que a imprensa americana exerce sobre o processo eleitoral, ao ponto de ser capaz de moldar a percepção pública do vencedor antes que os resultados oficiais sejam divulgados. Para analistas de direita, essa tradição desperta questionamentos sobre a neutralidade da mídia e o impacto que ela pode ter em eleições polarizadas.
Ao “chamar” o resultado com base em projeções e dados de boca de urna, a mídia não apenas informa, mas também influencia a maneira como o público enxerga a eleição. Embora o método seja amparado por métodos estatísticos rigorosos e amplo conhecimento histórico, há sempre o risco de interpretações precipitadas que impactem a confiança do eleitorado. Quando a imprensa antecipa o vencedor, ela praticamente define o tom do debate público e cria uma sensação de “missão cumprida” para o candidato projetado, o que pode inibir a investigação de irregularidades ou o questionamento legítimo de resultados.
Além disso, o NEP e as grandes redes de comunicação têm um impacto significativo ao usarem os dados de boca de urna para modelar seus anúncios, e muitos conservadores argumentam que esses métodos poderiam ser mais transparentes e menos dependentes das expectativas criadas pela própria imprensa. A prática de “call the race”, portanto, deve ser observada com cautela, pois, ao mesmo tempo que proporciona uma visão rápida do provável vencedor, também revela o poder de influência que a mídia detém em momentos cruciais da democracia.
